segunda-feira, 30 de junho de 2008

Evasão


Com as férias à porta, e independentemente do período dedicado ao seu planeamento, certo é que a generalidade das pessoas começam a acertar alguns detalhes, tendo em linha de conta certos factores. Questões financeiras, familiares ou outras poderão pesar na hora de escolher destinos e modalidades.
Se no que respeita ao período de tempo que reservo para a praia não perco muito tempo a fazer planos, decidindo muitas vezes à última hora o destino, já no que concerne à montanha a coisa passa-se de outra maneira. Pouco a pouco vou concretizando projectos ao nível da escalada e do alpinismo, há já alguns anos pensados. Isto, só por si, já é ilustrativo de como eu encaro este desígnio.
Não me irei reter na minha paixão sobre a montanha; penso tê-la explanado suficientemente no meu último artigo. Interessa-me, em breves palavras, falar sobre as principais razões que me levam a ir ao seu encontro, quase como se de um voto se tratasse.
Vejo nas minhas férias passadas na montanha, acima de tudo, um momento de evasão. As razões confundem-se ou misturam-se. Necessidade de combater o stresse e o cansaço acumulados com um ano de trabalho por um lado, necessidade de isolamento, contemplação, conquista e meditação por outro. Mas julgo que o que mais me toma nesse momento, pelo menos no imediato, é a satisfação de que vou estar ausente da dita civilização. Romper com aquela rotina diária de lidar sempre com as mesmas pessoas, ainda que algumas delas sejam grandes amigas (e que logo muito prezo), com os mesmos espaços e partir para a aventura e descoberta é algo de assombroso para mim. Só de pensar na fauna, na flora, nas lagoas ou riachos, ou nas imponentes e diversas formas rochosas que vou encontrar, e algumas escalar, fico desde logo deliciado. Imaginem só quando lá me encontro…
Num próximo artigo dedicarei alguns parágrafos a relatar as experiências vividas e alguns dos episódios que habitualmente marcam este período de evasão, alguns deles autênticas lições de vida.