sexta-feira, 8 de julho de 2011

Finalmente, as FÉRIAS!

Com as baterias a descarregarem os últimos resquícios de energia, urge o descanso tão merecido para que as possamos recarregar. No que me toca não sei se tal se verificará! Os projectos para estas férias, praticamente sempre os mesmos, apontam para algum desgaste, embora mais físico. A agenda está preenchida e divide-se em três saídas… para a montanha, claro! No entanto, confesso que se trata de um desgaste que acaba por ser revigorante, quanto mais não seja para o espírito.
Em outras ocasiões, noutros textos aqui publicados, já explanei bem a importância e o valor que tem para mim (e para qualquer amante da natureza) o contacto com a montanha. Ainda que por vezes seja para ver o mesmo e fazer mais do mesmo, há sempre algo de novo e impressionante que encontro. As paisagens de cortar a respiração e os sucessos que tenho obtido nas minhas escaladas acabam sempre por me aportar momentos de introspecção valiosos e uma confiança acrescida, que acabam por atestar aquilo que sabemos, ab aeterno, quanto à importância de nos sentirmos parte da natureza, de reconhecermos humildemente que somos um mero elemento deste cosmos.
Mas este ano vai ser diferente. A primeira saída, prevista para o dia 20 deste mês, causa-me alguma ansiedade. Talvez esteja a ser modesto quando digo “alguma”! Parto para a Tanzânia, para escalar a mais alta montanha do continente africano, o Kilimanjaro, aquela que inspirou o célebre escritor Ernest Heminghway, no seu livro, “As Neves do Kilimanjaro”. Não é tanto pela dificuldade técnica, que é relativa, mas pelo quase total desconhecimento do que lá irei encontrar. Por essa razão dei-me ao recomendável trabalho de fazer algumas pesquisas na Internet sobre este país, em particular sobre o seu povo e a sua geografia. O interesse por essa expedição não é apenas pela ascensão dessa montanha, um vulcão extinto há muitos anos e coberto com uma coroa de neve e gelo, mas também pelos ambientes e espaços que irei encontrar, designadamente, savana africana, floresta tropical, charneca, tundra, o próprio ambiente alpino, enfim, ÁFRICA! Depois há as pessoas, claro. Pelos vistos muito amáveis.
Para além destas curiosidades e do interesse despertado, tive o cuidado de me preparar ao nível da língua ali utilizada, no meio turístico. A língua oficial é o suaíli, embora, e devido à colonização britânica entre 1919 e 1961, também se fale o inglês. E ao estudo desta língua que me tenho dedicado, já lá vão cerca de 3 meses. Pelo menos o gosto ficou, e o interesse e a promessa em continuar a estudar também. É que há outros destinos que tenho na manga e que me vão igualmente exigir o “domínio” da língua. Não é que eu não fosse capaz de me desenrascar, mas exigente como sou comigo mesmo, entendi alargar os meus conhecimentos sobre a língua, para poder sustentar uma conversação mais ou menos prolongada. Vão ser cerca de 2 semanas nesse mundo desconhecido, e não me sentiria bem comigo mesmo se me ficasse por um “Hello”, “How do you do”, “I´m fine”, “Thank you”, “May I…” ou “I want this or that…”.
A ver vamos como é que me vou sair! A crónica de viagem está prometida.