segunda-feira, 25 de abril de 2011

No topo da Península Ibérica

No passado dia 21 de Abril ascendi ao ponto mais alto da Península Ibérica, o Mulhacén (3.478 m), na Serra Nevada, na Cordilheira Penibética. Escalando pela face norte, a mais proeminente e exigente dessa montanha, necessitei de 2h30 para vencer os cerca de 500 metros de desnível, que vão desde a base dessa face até ao cume. A escalada mista (gelo e rocha) empreendida foi feita em solitário. Com uma inclinação que variou entre os 40º e os 60º, e com alguns ressaltes que atingiam os 80º, a via seleccionada traduziu-se numa exigência física e psicológica consideráveis, na medida em que o mínimo descuido poderia ter-me sido altamente comprometedor. Contudo, a determinação, a concentração e o treino prévio e intensivo garantiram-me o sucesso do projecto. A descida foi feita pela face sul, muito acessível, dada a sua pouca exigência técnica e o seu moderado declive.
O Mulhacén recebeu o seu nome de Muley Abul Hassan, o penúltimo Rei Mouro de Granada, no século XV, que de acordo com uma lenda está sepultado no topo. Embora não tenha uma altitude muito significativa, o Mulhacén é a montanha europeia mais alta fora do Cáucaso e dos Alpes. É também o terceiro pico da Europa em proeminência topográfica, apenas ultrapassado pelo Monte Branco e pelo Monte Etna, e o 64º no mundo.
Na página dos vídeos deste blogue encontra-se o filme que, de forma sintética, dá contada desta aventura.