No passado dia 6 de Setembro todos aqueles que circulavam na
estrada N2, entre Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas, puderam assistir
àquilo que eu (e outros, eventualmente), e sem margem para dúvidas, designo de “atentado
ambiental”, para além da falta de ética e de consciência cívica e ecológica
verificadas. Na localidade de Nuzedo foram abatidos alguns plátanos centenários
de manifesta boa saúde. Até ao momento da publicação deste texto as razões não
são ainda conhecidas. Sabe-se quem abateu as ditas árvores, mas não quem deu a ordem
e porque o fez. Um jornal concelhio já se apressou a noticiar o caso. Veremos o
que dirá (e sobretudo como o dirá) o outro!
No nosso concelho tornou-se uma prática corrente abater
árvores sem dó nem piedade. Como alguém já bem o disse, parece haver um horror
às árvores e/ou zonas verdes, em especial por parte da Câmara Municipal.
Qualquer remodelação de espaços urbanos acaba quase sempre, com maior ou menor impacto
ambiental e estético, com o abate de árvores! Seria interessante saber a opinião de várias figuras
distintas da classe política do nosso concelho, de técnicos, tais como
engenheiros do ambiente ou arquitectos paisagistas, de vários agentes da sociedade civil, com maior ou menor responsabilidade na promoção e desenvolvimento da nossa terra, bem como, e ainda, de todo o
aguiarense que tem verdadeiramente uma consciência cívica!
Voltando ao nosso caso, tal como já ocorrera noutras locais
(veja-se o caso do hotel em construção na vila de Pedras Salgadas, frente à
antiga estação de comboios), sempre que algumas árvores provoquem alguma sombra
ou cortina indesejada a alguns proprietários de terrenos ou casas, ou um
acumulado de folhas que a natureza, única mestra no equilíbrio do nosso planeta,
decide fazer cair, eis que é dado livre transito para o abate das incómodas e
malditas árvores.
Estarão por detrás desta e de outras sábias e argutas deliberações
as influências político-partidárias, que através dos seus meandros decide
prestar alguns favores a amigos ou determinado tipo credores? Se é esse o caso,
então continuamos tranquila e desinteressadamente a marchar no caminho diametralmente
oposto ao da credibilização da classe política e, mais importante ainda, de uma
verdadeira educação cívica do cidadão, que mudasse, de uma vez por todas, a mentalidade
tacanha e oportunista que tem sido transversal às sucessivas gerações.
Sem comentários:
Enviar um comentário