Encontra-se patente na Casa
da Cultura de Vila Pouca de Aguiar uma exposição de pintura da minha autoria, até
ao dia 11 de Março. Logo de seguida, a mesma seguirá para o Teatro de Vila Real,
e depois para Chaves, aqui num espaço que ainda está por combinar. Mas o que realmente
me traz por cá não é tanto o anúncio ou a publicidade, mas sim o leitmotiv que me levou à realização
desses trabalhos.
No espaço de menos de um ano, esta é a terceira exposição
que levo a cabo. Tudo começou nas férias da Páscoa do ano passado, quando
decidi dedicar parte delas ao desenho e à pintura. No momento senti a necessidade
de me abstrair da contemporaneidade, marcada por sucessivas notícias pouco
estimulantes. Os tempos conturbados que atravessamos, em particular no nosso
país, apesar de merecerem, no meu entender, um olhar crítico permanente, não
podem tolher-nos os sentidos, nem a vontade de tirar partido dos melhores
momentos que possamos construir e desfrutar. Assim penso, e assim aconteceu. Embriagado
por uma música de fundo, decidi passar alguns dias completamente absorto pelas sensações
proporcionadas pelo traço do lápis, e pela mancha sem destino, por vezes
irreverente, deixada pelo pincel.
Por alguns bons momentos viajei, que nem um andarilho,
pela poética e pela narrativa que a Arte, de forma grata e solidária, me fez
glosar. Qual hermenêutica da linha e da cor! Tomei-lhe o gosto.
Há muito que não me dedicava com tal afinco e prazer no meu
ainda precário ateliê. Digo “precário”, porque o meu espaço recôndito, destinado
à criação, ainda não reúne o equipamento e o ambiente desejável para me sentir
completamente integrado. Desta forma, um estímulo, o das artes plásticas, acabou
por me levar a um outro, o da renovação do meu ateliê. Fica para curto/médio
prazo. Entretanto, e sem narcisismos, vou libando deste agradável momento de
ver as minhas obras expostas e dos comentários sinceros, sejam elogiosos ou
não, de amigos e colegas.
Tenho na calha outros projectos, outras temáticas. Neste
momento estou concentrado na linguagem e nas interpretações que a figura humana
me pode proporcionar. No entanto, o próximo projecto, que se encontra no “segredo
dos Deuses”, já está em marcha. Sem deixar de variar nos materiais e trabalhos plásticos
a explorar, actualmente a minha preferência vai para a pintura. Depois, bem,
depois logo se verá!
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