Com o início do ano lectivo à porta recomeçam as
preocupações de muitos pais e encarregados de educação. Começa logo pelas
despesas que se avizinham, especialmente com manuais e materiais escolares.
Juntam-se as apreensões por parte daqueles que verão os seus educandos ingressarem
pela primeira vez na escola, isto no caso das crianças que entram para os
jardins-de-infância, ou no caso dos mais crescidos, com a adaptação a uma nova
escola e/ou turma ou a novos professores. O mesmo quanto a horários lectivos, a
ocupação dos tempos livres, os transportes, a alimentação, etc. Enfim,
refiro-me a um conjunto de inquietações legítimas, por parte dos encarregados
de educação, que podem ser (e normalmente são) atenuadas pela intervenção do
Director de Turma. Aqui incluo, naturalmente, o Educador de Infância, no caso
do Pré-Escolar, e o professor Titular de Turma, no caso do 1º Ciclo do Ensino
Básico.
O Director de Turma é, sem dúvida, um elemento importante e
decisivo neste triângulo que liga alunos - professores/escola - encarregados de
educação. Na minha opinião, dentro da escola este é o cargo com maior
responsabilidade, uma vez que obriga o seu titular a estar em permanente
contacto com colegas/professores, direcção da escola, alunos e, embora em menor
grau, com outros elementos da comunidade educativa, sempre com a missão de procurar
dar resposta a questões ou problemas que vão naturalmente surgindo ao longo do
ano lectivo. Não é tarefa fácil. Por vezes é mesmo ingrata. No entanto, o
trabalho do Director de Turma pode ver-se facilitado se entre os demais
envolvidos no processo educativo, e que atrás fiz referência, houver uma plena
consciência e assunção das suas obrigações e responsabilidades.
Cada um, em especial professores, encarregados de educação e
alunos, devem desde cedo tomar consciência que o sucesso escolar dependerá, em
boa parte, do empenho de cada um e da harmonia que for criada entre ambos. Do Director
de Turma espera-se naturalmente imparcialidade e sentido de justiça na
abordagem dos problemas que possam surgir no seio da turma. Nunca, em momento
algum, deverá tomar parte de um dos lados, apenas por conveniência pessoal ou
por receio de enfrentar outros elementos do dito triângulo… com ou sem manto
protector.
Mais importante do que a letra morta que habitualmente
preenche os regulamentos internos das escolas, ou de outros documentos afins
(conhecidos apenas por quem os redige – não poucas vezes num exercício de “cópia
e colagem” – e poucos mais), o que interessa destacar é a capacidade de diálogo
do Director de Turma, e daí, a capacidade em gerar consensos entre os vários
intervenientes no processo educativo, mobilizá-los e fazê-los ver e sentir que
muitas das soluções para os problemas que assomam só serão possíveis através da
convocação de diferentes sinergias, ou seja, através de uma acção concertada.
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