Nos dias 7 e 11 de Agosto escalei duas montanhas dos Alpes,
com altitudes superiores a 4.000 metros. Uma delas, o Dufourspitze, mais
conhecida por Monte Rosa, com os seus 4.634 metros representa a segunda
montanha mais alta dessa cordilheira do continente europeu. O outro cume
alcançado foi o do Castor, uma montanha com 4.228 metros de altitude. Ambas são
partilhadas pela Suíça e pela Itália.
Quanto à primeira, juntando-se a um desnível de 1.800
metros, que vai desde o ponto de partida, o refúgio de montanha do Monte Rosa,
até ao topo da dita montanha, uma longa travessia de glaciares recheados de
fendas que atingem centenas de metros de profundidade, percorridos de noite, mais
uma neve empapada nalguns dos tramos do percurso, devido às altas temperaturas
que se têm feito sentir neste Verão nos Alpes, estava assim reunida uma mistura
“explosiva”, que viria a dificultar a escalada. Representou para mim, sem
dúvida, um desafio bastante exigente, quer técnica, quer fisicamente. A partida
aconteceu ainda antes das 3 da madrugada do dia 7, tendo o cume sido alcançado
por volta das 10h15.
Foi uma das escaladas mais desgastantes que fiz até à data. Já
em 2012 tentei escalá-la, mas acabei por desistir depois de ter assistido, em
escassos minutos, à queda de dois alpinistas em fendas dos glaciares. A um
deles ajudei inclusive no seu resgate. Além disso, também nesse ano as temperaturas
estiveram elevadas neste maciço, tornando o terreno bastante perigoso.
Quanto ao Castor, embora com um grau técnico pouco exigente,
certo é que os últimos 100 metros até chegar ao cume percorrem-se por uma
aresta gelada, com cerca de 40 cm de largura e com pendentes de 70˚ para cada um dos lados.
1 comentário:
O Grand-Saint-Bernard não é para esses lados? Esse já escalei eu, de automóvel, da Suiça para a Itália. Na viagem de regresso vim pelo túnel. Grande Abraço do amigo António Paulo
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