sexta-feira, 4 de abril de 2008


Vejam só os exemplos…!

Desde o malogrado episódio da aluna da Escola Carolina Michaelis que se tem dito e escrito um aglomerado de disparates e sofismas a propósito de indisciplina e violência nas escolas, como da educação em geral. Os programas e debates que se têm gerado, para não variar, têm ficado sempre aquém do esclarecimento que é devido e necessário. Não me surpreende, pois vivemos num país em que todos, e qualquer um, seguidos dos seus séquitos, opinam sobre tudo e mais alguma coisa. Acusam-se os pais, os professores, os media, a Al qaeda, as FARC, enfim, a sociedade em geral. A esta lista, justiça se faça ao juntar os políticos.
No passado dia 3, no programa Corredor do Poder, da RTP1, assistiu-se em directo (e sem recurso a vídeos amadores e furtivos) a um exemplo claro e confrangedor de indisciplina. Imaginem que, nem a propósito, este era um dos temas, no momento, em debate. Eis alguns dos exemplos prestados por alguns dos elementos do painel de comentadores, lembre-se, representantes de partidos com assento parlamentar, perante milhares de telespectadores: corte sistemático da palavra; elevação do tom de voz (nalguns casos a roçar a gritaria); troca de acusações de demagogia e mentira; conversas paralelas e sobrepostas; discursos agressivos e vociferados, entre outros. Tudo isto se passava sem que a professora, perdão, a moderadora, conseguisse impor respeito na aula, perdão, no estúdio. Faltou-lhe um “dêem-me a palavra, já!”.
Imaginem o que pensaria a jovem do caso do telemóvel (bem como outros) se tivesse assistido ao dito programa! Teria provavelmente visto no comportamento daqueles actores algumas razões que legitimariam o reprovável comportamento que teve para com a sua professora.