quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Uma aventura em Gredos

Nos passados dias 8, 9 e 10 do presente mês estive, juntamente com cinco amigos espanhóis (Rafa, Fernando, Carlos, Jesus e Paco), na Serra de Gredos (Espanha), para mais uma actividade alpina. Inicialmente, o que estava planeado era a ascensão, pelo corredor norte, do Pico Almanzor (2592 m), o maior deste maciço montanhoso, situado no Sistema Central. No entanto, as piores previsões meteorológicas confirmaram-se: temperaturas a rondarem os 15 graus negativos (isso ao menos!), ventos fortes e neve a chegar ao nível da cintura.
A partida a pé fez-se no sábado, dia 9, logo ao amanhecer, desde o parque onde ficou estacionado o automóvel até ao refúgio de montanha Elola (a 2000 m de altitude), onde nos alojaríamos nesse fim-de-semana. A marcha durou-nos cerca de 3 horas. Até aí tudo bem. Uma vez chegados ao refúgio, ainda da parte da manhã, fomos informados de que a ascensão do Almanzor, prevista para domingo, era praticamente impossível, dada a elevada cota de neve verificada e o risco de avalanches. Para não darmos o tempo por perdido, e aproveitando o facto de termos dispendido dinheiro, tempo e um elevado esforço para ali chegarmos, decidimos nesse mesmo dia, e para a parte da tarde, escalar algumas das muitas cascatas de gelo que por ali proliferam. E assim aconteceu. Pese embora as dificuldades em chegar a elas, devido às difíceis condições de terreno, lá conseguimos queimar algumas calorias. Combinámos regressar às mesmas no dia seguinte. No entanto, logo pela manhã de domingo, e durante o pequeno-almoço no refúgio, fomos informados de que as condições meteorológicas iriam agravar-se ainda mais, o que levou o guarda do refúgio a anunciar o encerramento do mesmo, para evitar o seu isolamento e dos seus utentes. Tal situação levou-nos, com alguma frustração mas sem a menor hesitação, a decidir baixar da montanha e meter-nos à estrada, para regressar a casa nesse mesmo dia.
Apesar da alteração de planos, o balanço foi positivo, pois sabemos que até com os erros se aprende. Mas quem conhece o verdadeiro espírito do alpinista, sabe que a aventura, o risco e a ousadia são intrínsecos à sua personalidade e comportamento, levando-o por vezes a desafiar a natureza, com todas as consequências que daí possam advir!
O desejo de regressar o mais brevemente possível a Gredos, para desfrutar daquele santuário de neve e gelo, ficou-nos nas ganas.
Mais aventuras nos esperam! Até lá!!!