domingo, 30 de janeiro de 2011

Admiração, desejo e amor

São tantas as mulheres que poderemos admirar. Serão várias as que poderemos desejar. E as que poderemos amar? Onde começam e acabam os limites de cada um destes três sentimentos: admirar, desejar e amar? Qual a real dimensão de cada um deles? Como convivem entre si? Quais as suas implicações?
Ena, quem estiver a ler isto provavelmente interrogar-se-á se acordei atordoado! Não, não é o caso. Acontece que apeteceu-me escrever algo de uma forma desinteressada, e eis-me aqui a desdobrar algumas meditações. Além disso, penso que isto seria matéria mais para psicólogos! Por isso, desengane-se quem pensar que irei dar resposta a todas estas questões! Se calhar nem a uma única só! Não porque não seja capaz (Uau, temos HOMEM!), mas porque apenas as lancei para a plateia. Não sei porquê, mas… algo me diz que não consegui convencer o meu leitor! Pois é! Bem, vou ver se ao menos consigo atirar com mais algumas achas para a fogueira, e assim aumentar a balbúrdia! No final, espero que o resultado ou o impacto não seja o mesmo que o do Facebook, ou seja, milhões de divórcios, segundo um recente estudo britânico!

Às vezes, uma boa forma de nos pouparmos ao trabalho de prestar grandes explicações, é procurar quem as possa dar por nós. Mas olhem que isto também dá trabalho e tem os seus riscos! Logo, aproveitarei uma das minhas últimas leituras (melhor dizendo, releituras), mais precisamente, as “Viagens na minha Terra”, de Rui Duarte. Perdão, de Almeida Garrett! A dada altura, retive-me nuns pequenos parágrafos da referida obra, que me fizeram reflectir sobre o tema aqui em análise, e que passo a citar:

“Há três espécies de mulheres neste mundo: a mulher que se admira, a mulher que se deseja, a mulher que se ama.
A beleza, o espírito, a graça, os dotes de alma e do corpo geram a admiração.
Certas formas, certo ar voluptuoso criam o desejo.
O que produz o amor não se sabe; é tudo isto às vezes, é mais do que isto, não é nada disto.
Não sei o que é; mas sei que se pode admirar uma mulher sem a desejar, que se pode desejar sem a amar.
O amor não está definido, nem o pode ser nunca. O amor verdadeiro; que as outras coisas não são isso”
(p.208).

Bem, começando de cima para baixo, parece-me evidente que muitos serão os atributos da mulher que nos poderão levar a admirá-la ou a desejá-la. Também me parece consensual que se possa admirar uma mulher sem desejá-la, e desejá-la sem amá-la. Concordo igualmente que o amor não esteja definido, nem que o possa ser nunca. Melhor do que perder tempo na procura da sua definição, será vivê-lo, senti-lo!
Agora, e pegando na primeira questão que formulei no início deste texto, partindo do princípio que o amor implicará, entre outras coisas, admiração e desejo, parece-me natural, ou se preferirmos, aceitável, que se possa amar mais do que uma mulher…


NOTA: A foto que acompanha este texto ilustra um exemplo dos preparativos para um momento em que o homem se entregará à nobre e responsável tarefa de "admirar" a mulher. Apenas isso!