segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Atentado ambiental


No passado dia 6 de Setembro todos aqueles que circulavam na estrada N2, entre Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas, puderam assistir àquilo que eu (e outros, eventualmente), e sem margem para dúvidas, designo de “atentado ambiental”, para além da falta de ética e de consciência cívica e ecológica verificadas. Na localidade de Nuzedo foram abatidos alguns plátanos centenários de manifesta boa saúde. Até ao momento da publicação deste texto as razões não são ainda conhecidas. Sabe-se quem abateu as ditas árvores, mas não quem deu a ordem e porque o fez. Um jornal concelhio já se apressou a noticiar o caso. Veremos o que dirá (e sobretudo como o dirá) o outro!
No nosso concelho tornou-se uma prática corrente abater árvores sem dó nem piedade. Como alguém já bem o disse, parece haver um horror às árvores e/ou zonas verdes, em especial por parte da Câmara Municipal. Qualquer remodelação de espaços urbanos acaba quase sempre, com maior ou menor impacto ambiental e estético, com o abate de árvores! Seria interessante saber a opinião de várias figuras distintas da classe política do nosso concelho, de técnicos, tais como engenheiros do ambiente ou arquitectos paisagistas, de vários agentes da sociedade civil, com maior ou menor responsabilidade na promoção e desenvolvimento da nossa terra, bem como, e ainda, de todo o aguiarense que tem verdadeiramente uma consciência cívica!
Voltando ao nosso caso, tal como já ocorrera noutras locais (veja-se o caso do hotel em construção na vila de Pedras Salgadas, frente à antiga estação de comboios), sempre que algumas árvores provoquem alguma sombra ou cortina indesejada a alguns proprietários de terrenos ou casas, ou um acumulado de folhas que a natureza, única mestra no equilíbrio do nosso planeta, decide fazer cair, eis que é dado livre transito para o abate das incómodas e malditas árvores.  
Estarão por detrás desta e de outras sábias e argutas deliberações as influências político-partidárias, que através dos seus meandros decide prestar alguns favores a amigos ou determinado tipo credores? Se é esse o caso, então continuamos tranquila e desinteressadamente a marchar no caminho diametralmente oposto ao da credibilização da classe política e, mais importante ainda, de uma verdadeira educação cívica do cidadão, que mudasse, de uma vez por todas, a mentalidade tacanha e oportunista que tem sido transversal às sucessivas gerações.