domingo, 24 de agosto de 2014

Corno largo

Eram cerca de 9h45 do dia 16 de Agosto quando alcancei o ponto mais alto do Breithorn, em português, Corno largo. Trata-se de uma montanha que faz de fronteira Itália-Suiça com o Vale de Aosta do lado italiano e o Valais do lado suiço, fazendo parte dos designados Alpes valaisanos. Aquele é, como dizia, o ponto mais alto de um conjunto de cinco cumes que constituem essa montanha, nomeadamente, o Breithorn ocidental (4 164 m), o Breithorn central (4 160 m), o Breithorn oriental (4 139 m), o Breithornzwillinge (4 106 m) e o Schwarzfluh/Roccia Nera (4 075 m).
Atingido o cume ocidental, e depois de um período de contemplação da paisagem envolvente, diga-se, fascinante, decidi fazer a travessia até ao cume central. Fiquei-me por aí, pois os seguintes envolviam alguns riscos para quem, como eu, ia sozinho. A tentação foi muita, pois senti que o desafio estava ao meu alcance. Mas há momentos em que algo (por sinal de difícil explicação!) nos assoma na consciência e nos diz qualquer coisa como isto: “Deixa lá, já foi bom até onde chegaste. Além disso não te faltarão certamente oportunidades para voltar e fazer toda a crista”. E assim foi! Decidi descer, da mesma forma como fiz a subida: tranquilo e desfrutando cada momento, cada vista. Aproveitei ainda para registar quer na minha memória, quer com a minha máquina fotográfica, outras montanhas circundantes, relativamente próximas, onde nalguns casos eram visíveis os trilhos de ascensão. Isto, para mim, é de uma extrema importância para a planificação de futuras ascensões que venha a realizar neste maciço.
Confesso que inicialmente o meu projecto era outro, porventura mais ambicioso. No entanto, o desconhecimento preciso do terreno fizeram-me mudar de ideias. Refiro-me em especial à eventualidade (muito provável!) de ter que fazer atravessar glaciares. Uma empreitada pouco recomendável para quem caminha sozinho na alta montanha, mesmo já o tendo feito noutras ocasiões… ou algo bem mais arriscado!

O que importa realçar é que saí bastante satisfeito desta aventura. Ter a experiência e a felicidade de estar em plena montanha é, já de si, algo de muito gratificante, sobretudo para alguém tão apaixonado por tudo aquilo que ela nos oferece. 
Para terminar, fica aqui o vídeo desta minha aventura: http://youtu.be/VMYYzpfedMc?list=UUqkR-iI58tJtp-f426-LYZg