quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Um fim-de-semana orientado!

No passado fim-de-semana estive em Alvite, uma aldeia do concelho de Muiños (Galiza), a frequentar um curso de orientação em montanha. Para além da abordagem de alguns conhecimentos elementares sobre orientação, tais como: noções básicas de cartografia, tipos de mapas, interpretação dos elementos de um mapa, obtenção e seguimento de um percurso traçado, utilização de bússola, etc., deu-se particular atenção ao uso de GPS. Sem dúvida que este instrumento de orientação é uma mais-valia para quem desenvolva actividades de montanhismo, sobretudo em determinadas condições atmosféricas.

Não há muito tempo me vi obrigado a inverter marcha durante um percurso de montanha, nos Picos de Europa, porque se abatera sobre mim e um amigo, e de uma forma repentina, um nevoeiro cerrado que nos impediu de prosseguir, dada a desorientação que nos causou. Numa situação destas, uma das hipótese a considerar, e para a nossa segurança, é aguardar que o nevoeiro volte a dissipar-se. No entanto, esta situação pode ser menos ou mais prolongada! Optámos então por desistir do destino inicial que pretendíamos e regressarmos ao ponto de partida. Mesmo assim não foi fácil! Hoje, vejo que um GPS ter-nos-ia dado um grande jeito nessa altura, pois para além de nos dar as indicações necessárias para seguir o percurso traçado e chegar ao destino desejado, mesmo com nevoeiro, dá-nos a possibilidade de o ir gravando, e assim regressar pelo mesmo, caso necessitemos ou o desejemos. É que nunca é demais lembrar que em montanha facilmente confundimos ou esquecemos um trilho há bem pouco tempo percorrido!
Apesar de constituir uma preciosa ajuda, o GPS, tal como outras tecnologias, pode ter os seus problemas. Por isso, é de todo conveniente dominar os conhecimentos básicos de orientação em montanha, fazer-se acompanhar de bússola, mapa, apito e/ou telemóvel e ponderar bem no momento de tomada de decisões.

Mas voltemos a Alvite! Gostei muito desta aldeia galega. Em si, é semelhante a tantas outras, mas a paisagem envolvente é de uma singularidade agradável. Relativamente perto da fronteira com Portugal, com entrada mais próxima através da Portela do Homem (Gerês), Alvite tem umas vistas encantadoras. No fim-de-semana em questão, o tempo esteve bom, em especial no sábado. Tendo sido o primeiro dos seis formandos do curso a chegar, tive tempo suficiente para tirar algumas fotos à aldeia e à paisagem envolvente. Mas antes disso, estive à conversa com uma senhora idosa, responsável pela chave do albergue onde pernoitaríamos. Desde as suas origens (filha de pai português e mãe galega), passando pelas histórias de tempos idos, pelas relações luso-galegas, pelas culturas, costumes e tradições dos dois países, pela agricultura, o seu dia-a-dia, etc., a senhora, muito simpática e descontraída, lá foi alimentando uma conversa que muito me deliciou.

Quanto aos companheiros de formação, todos eles eram simpáticos, embora destaque o António e o Andres (sobretudo este último), como grandes animadores da “festa”! No sábado à noite decidimos ir jantar todos “à baixa”, numa pequena povoação… cujo nome já não me recordo! Carne grelhada e uma meia dúzia de garrafas para sete comensais foram o prémio bem merecido por um dia intenso, dividido entre aulas teóricas e aulas de campo. Depois… Adiante! Dormimos que nem passarinhos!