segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Saber bem receber e valorizar


Lá diz o velho ditado que “santos da casa não fazem milagres”. E eu que o diga! Por isso me sinto cada vez mais impelido a exibir a minha actividade artística fora do meu concelho, Vila Pouca de Aguiar. Não vou dizer que neste tudo é mau ou negativo. Estaria a ser injusto. Mas muito há ainda a fazer pela autarquia pelos artistas e outros agentes culturais da terra, que se vêem, não poucas vezes, obrigados a deslocarem-se para outras paragens, para aí sim, o seu trabalho ser reconhecido.
A questão vem a propósito da forma como, e pela segunda vez, fui recebido pela Câmara Municipal de Boticas, a respeito de uma exposição de pintura. Desde a abertura manifestada à minha proposta, passando pela preparação, divulgação até à inauguração da exposição, a hospitalidade e o profissionalismo de toda a equipa, a começar pela presidência e pelo pelouro da cultura, é qualquer coisa de notável.
Começa logo pelo espaço de exposição, os Paços do Concelho, de uma arquitectura moderna, amplo, luminoso e que transmite uma sensação de bem-estar aos seus visitantes. Falando por mim, sentimo-nos em plena galeria. Mas a forma como tudo é preparado, em especial a parte gráfica (cartazes, convites e cadernos/portefólios do artista/exposição) é simplesmente admirável. Vê-se e sente-se o carinho e o brio que está latente em toda a organização do evento cultural. Aliás, já tive a oportunidade de constatar este facto em muitos outros promovidos pela autarquia botiquense.

No dia da inauguração da minha exposição, no passado dia 22, onde habitualmente, neste tipo de eventos, estão presentes a vereadora da Cultura e o presidente e/ou vice-presidente da Câmara Municipal, umas horas antes sugeri, em tom jocoso, ao “operacional-mor” da agenda cultural da autarquia, o Sr. João Adegas, que a mesma promovesse umas acções de formação, subordinada ao tema “Saber bem receber e valorizar”, dirigidas às vereações da cultura de outras autarquias!

Em Boticas, terra onde desenvolvo a minha actividade profissional, sinto-me em casa.

Parabéns e obrigado à Câmara Municipal de Boticas.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

No vértice do Portillín Oriental


No passado fim-de-semana, de 2 a 4 de Janeiro, desloquei-me às Astúrias para aí levar a cabo mais uma das minhas escaladas. Tratou-se do pico Portillín Oriental, com 2215 metros de altitude, situado no Parque Natural de las Ubiñas-La Mesa.Não é a primeira vez que me desloco a este maciço, porque considero que ele oferece condições que permitem aos amantes da escalada praticarem alpinismo invernal a um alto nível. Para tal, muito contribui o seu clima e as características e variedade do relevo. Refiro-me à proliferação de corredores de neve e gelo, bem como de cristas, pilares e grandes paredes rochosas.

O Portillín Oriental faz parte de um conjunto de 5 picos, mais ou menos alinhados, designados de Portillines, muito frequentados pelos escaladores, sobretudo para fazerem a sua travessia, quer no Verão, quer no Inverno.
A aventura, propriamente dita, traduziu-se no palmilhar de uma via com cerca de 200 metros, numa escalada recheada de surpresas, muito comprometida, não só porque alternava entre corredores de neve dura, placas de gelo e paredes rochosas, mas também, e sobretudo, porque fi-la em solitário.


Não me atrevo a descrever com fiz a descida! Só de loucos… como eu!
Uma curiosidade, que aliás inspirou o título: o espaço do cume é tão exíguo que não arriscava a dar um passo de dança!  
Deixo-vos com o vídeo desta aventura: https://www.youtube.com/watch?v=H33X6kJT-7U