sexta-feira, 16 de abril de 2010

Torre del Friero

Nos dias 3, 4 e 5 do mês de Abril estive no Maciço Central dos Picos de Europa (Espanha), para subir ao cume da célebre Torre del Friero (2455 m). A ascensão fez-se pelo chamado Corredor Norte Central (o maior da Península Ibérica), ao longo de um percurso de 1100 metros, através daquilo que em alpinismo se designa de escalada mista (gelo e rocha). A subida deste corredor corresponde igualmente a uma das mais longas escaladas invernais da Europa. Fi-la juntamente com o meu companheiro de montanha, Carlos Filipe. Contámos ainda com a presença de outro confrade, Rui Crespo, nosso repórter, que nos prestou uma preciosa ajuda logística, dando-nos apoio a partir do campo base, instalado na Veja de Asotín, a 1400 metros de altitude.
As condições de terreno que encontrámos não foram as ideais para uma escalada invernal, pois uma boa parte do percurso foi feita em neve mole, que por vezes chegava à cintura. A temperatura mínima que se fazia sentir, de apenas -3ºC, foi uma das principais causas desta situação. Só a partir de metade do percurso é que fomos encontrando, de forma avulsa, algumas placas de gelo, facto que, apesar da maior exigência técnica, permite uma escalada mais expedita. Foi, sem dúvida, uma escalada muito cansativa e desgastante. No entanto, e chegados ao cume, pudemos desfrutar daquilo que mais maravilha um alpinista: uma paisagem deslumbrante e de cortar a respiração. A descida foi igualmente fatigante pois, ao contrário do que muitos poderão pensar, em montanha nem sempre “os santos ajudam”! Empreendemo-la por um percurso diferente da recomendada. Apenas resultou em mais cerca de uma hora de caminhada. Fi-lo por pura intuição, e porque também tivera feito, no dia anterior, um pequeno reconhecimento de parte de um itinerário alternativo, que se veio a revelar perfeitamente aceitável.
Para não me perder em narrativas infrutíferas ou supérfluas acerca da aventura brevemente aqui exposta, pois de modo algum poderiam descrever com maior expressão aquilo que os nossos olhos saborearam, preparei um vídeo sobre a mesma, que pode ser visto nesta página.

Até uma próxima aventura…
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Nota de Rodapé: Caros leitores, conforme prometido, aproveito este espaço para tecer umas breves considerações acerca do artigo anterior, datado de 30 de Março. Para ser mais preciso, lembro que com um simples título, mas bastante sugestivo, dado a esse mesmo, pretendia meditar (diga-se, uma tarefa árdua!) acerca da razão ou razões das visitas feitas ao meu blogue. Na verdade, tratava-se de um teste ao visitante. O primeiro facto a registar (que coincide com o único!) é que o referido título, “SEXO”, suscitou um número de visitas acima da média a que estou habituado, num período que durou duas semanas. Eu próprio contribuí para as estatísticas… mas atenção, só com uma consulta! A partir desta “amostra”, está visto que a generalidade das pessoas só pensam em sexo… o que é perfeitamente legítimo. Faz parte da natureza e das necessidades do ser humano. Se fosse algo tão desagradável, provavelmente nem se falava nele. Despeço-me com um conselho muito original: pratiquem sexo e tenham bom proveito, mas atenção aos excessos!