quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Ubiña à terceira!!!

Como lembra a velha expressão, “À terceira foi de vez”. Finalmente, e depois de três visitas a essa bela montanha situada no coração da cordilheira Cantábrica, a Peña Ubiña (2417m), lá consegui sacar as fotos que tanto desejava a partir do seu cume.
Na primeira vez que lá fui, acompanhado de um grupo de companheiros de montanha, fiquei-me pelo Alto Terreros, a 1886m de altitude, uma espécie de lomba cimeira, ou como lhes chamam nuestros hermanos, uma collada. Apesar de termos seguido pela via normal, feita pela aresta sudeste, um percurso perfeitamente acessível, o que é certo é que fomos surpreendidos por um nevoeiro que se foi intensificando aos poucos, dificultando a visão, e assim aumentando os perigos de perda ou até de uma eventual queda que pudesse ser comprometedora. Tivemos, pois, de regressar à base!
Da segunda vez, agora apenas com um companheiro de montanha, o meu amigo Carlos Filipe, cheguei ao cume, mas uma vez mais tive a companhia do nevoeiro, o que me impossibilitou de contemplar e registar a paisagem envolvente.
Finalmente, agora sozinho, não só regressei ao cume da Peña Ubiña, mas num dia espectacularmente sublime. Foi no passado dia 20. Desta vez optei por uma via mais laboriosa, a chamada Norte Clássica, o que me obrigou a recorrer a algumas técnicas de escalada invernal, com todo o cuidado que uma escalada em solitário o exige.
Cheguei no dia 19 ao Refúgio do Meicín, situado a 1500m de altitude, e aí pernoitei. No dia seguinte levantei-me às 5 horas da madrugada, e ainda antes das 6 já estava a caminho do cume. A temperatura rondava os -5°C. Assisti ao amanhecer do dia. Esplêndido! Ao fim de cinco horas de “batalha” e de um desnível de mais de 900m atingi o cume. Tive algumas paragens breves para beber, tirar algumas fotos e para ir palmilhando a via, pois por muito que a estudemos previamente através de croquis ou fotos, o que é certo é que in loco a realidade é sempre algo distinta. Facilmente nos podemos perder, o que por vezes pode ser-nos fatal!
Depois, seguiu-se o que tanto desejava: desfrutar calmamente da panorâmica, sentir o ar e os raios do sol, meditar e, claro está, recolher algumas fotos. Das muitas que tirei, deixo aqui algumas para apreciação dos meus estimados leitores.
Deixo igualmente uma ligação para aceder ao filme que produzi, bastando apenas "clicar" AQUI.



2 comentários:

amaralexandra disse...

"In loco", como tu dizes, as coisas têm outro sabor, outra beleza, mas mesmo assim, fico satisfeita a ver as fotos, as quais agradeço.
Talvez sejam essas tuas viagens no espaço que fazem de ti um ser "sui generis" e inspirado e criativo e ...
Continua a tua viagem!

Viajante Clandestino disse...

Obrigado por tão generosas palavras amável Alexandra. Bjs.